domingo, 14 de novembro de 2010

Faz sentido, em todos os sentidos ♥

Em tudo o que faço sinto. Sinto com o que tenho, sinto com o que sou.
Sinto quando quero e quando não quero assim tanto,  mas sinto e, por sentir, conheço.

De onde estou, sinto.
A almofada macia e mole, onde me sento, impede que o duro do chão me incomode, me magoe. Nela me reconforto, sentindo todas as suas formas e formas que de todo o modo a mim se adaptam, ao meu movimento, lento, simples, rapido ou complexo. Olho em redor e vejo a mais brilhante claridade, é dia. Um céu azul com nuvens brancas, diferente do que tem estado habitualmente. De vez em quando, uns pássaros surgem, sem que ninguém esteja à espera, voando e brincando a voar, por entre tao belo céu. As cores sao suaves, mas marcantes. O então azul e branco do céu, o verde e amarelo das árvores, o castanho de seus troncos e as mais variadas cores das casas que entre elas surgem. O rosa, laranja, amarelo e azul das flores, o beje do passeio e o preto da minha cadela, que corre entre flores, arvores, contente, sem preocupações. Ao fundo ouvem-se vozes, ouvem-se movimentos, carros, pessoas, animais, vida. Ouve-se o vento que vagueia por entre a vida que se apresenta, contornando calmamente o que cruza, numa brisa leve e fresca, que, quando passa, arrepia. Ouço o meu respirar e o bater do coração que tanto pula dentro de mim. Vejo e sinto os meus pulmões encher com tão puro ar, assim quero pensar. E fecho os olhos. Agora cheiro, cheiro esse ar, que em nada se define. Cheiro as flores de que estou próxima e a relva molhada da chuva que a noite trouxera. E enquanto tudo isto, na minha boca tenho uma sensação doce, doce mas não exagerada. Doce de quem come uma ameixa, redonda, vermelha, suave, cheirosa. A cada dentada, paro e saboreio, saboreio o que como e saboreio o que tenho, o que vivo.

Tenho pena.
Tenho pena de, entranhada na minha vida, não dar esta importância a cada pedacinho dela.
Não tenho tempo, é tudo muito rápido, não há nada de interessante ou nada desperta o meu interesse.. Boas desculpas, mas não sei se boas justificações.

É quem não tem que percebe a falta que faz, é quem não tem que mais aproveita, que mais conhece e mais sente.
Quem não vê, ouve e quem não ouve, sente. Quem não sente, saboreia e quem não saboreia cheira. Quem não cheira, pode ver, pode ouvir. E quem não vê tambem pode cheirar. A verdade, é que o fazem com mais calma, com mais respeito pelo facto de o poderem fazer, com mais sentido e mais significado.
Sentem e conhecem melhor que eu que posso tudo, por assim dizer.
Eu que tudo posso, melhor ou pior que os outros, não tanto aproveito, por desculpas inconscientes.

A partir de agora, vou tentar tirar um bocadinho para mim, um bocadinho para o Mundo.
Um bocadinho para ver em vez de olhar, escutar em vez de ouvir, sentir em vez de tocar, cheirar e saborear.
Um bocadinho para dar significado às coisas ou para perceber apenas o que querem significar.



E enquanto estou no Mundo, ele está em mim, sempre.

1 comentário:

  1. Boas desculpas, mas não sei se boas justificações.

    Ora cá está uma frase que se encaixa em ti! :P

    Está giro o texto, mas não devias dizer sempre o mesmo a ti própria e a começar a fazer mais do que dizes.

    " A partir de agora, vou tentar tirar um bocadinho para mim, um bocadinho para o Mundo.
    Um bocadinho para ver em vez de olhar, escutar em vez de ouvir, sentir em vez de tocar, cheirar e saborear.
    Um bocadinho para dar significado às coisas ou para perceber apenas o que querem significar. "

    Isso tudo passa por não cederes a desculpas, que te impedem de verdadeiramente fazer isso, e por apenas te prenderes a justificações plausiveis ao Mundo!

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