terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Bolas de Sabão

E o tempo tem passado.

Abro os olhos a cada passo, mesmo que com eles fechados.
Vejo melhor. Melhor é relativo… Vejo mais à minha maneira.

Vejo e aprendo. E muito tenho aprendido.
Hoje apeteceu.me falar da vida.. E o que eu já aprendi..
Embora nada saiba, pois fique claro.

Sinto a vida e tudo nela como não mais que uma bola de sabão.

Bola essa, brilhante e colorida, mas ainda assim transparente.
Invisível, pouco clara, àqueles que longe e distantes dela se encontram. 
Bela e reluzente, àqueles que a olham e vêem, sem receio de se aproximar.
Nada esconde, tudo a trespassa. Mas também tudo marca, na sua passagem

As suas cores, em nada insignificantes, impossíveis de ignorar, são faces. 
Faces de tantas coisas, ao mesmo tempo. 
Tantas coisas com tantas faces, quantas aquelas que permitimos a nós mesmos ver, se em diferentes ângulos nos colocarmos. Ainda assim, com cores de preferência, evidência.

Tal como a vida, muda com o vento, move-se sem parar, mas é controlável, se de nós mesmos o vento soprar. Tamanhos também tem muitos, não significando esse tamanho a sua verdadeira grandeza.

Move-se, voando, levado pelas correntes do seu caminho. Sobe e desce, avança e retrocede, mas não perde a sua beleza e cor, transparência e mistério. Não perdendo nunca, principalmente, a sua vontade de voar. 

Cada uma livre, em si, mas em tudo semelhante às outras. Diferentes, mas iguais.
Quando em contacto e se feito da forma certa, junta-se a outras, formando uma bola maior, mas, principalmente, mais bela. Junta.se a uma, duas, três, entre as milhares que a circundam como que escolhidas por um acaso voluntário, por um destino não determinado.

No entanto, frágil. Muito frágil.
Frágil ao toque e ao não toque, à presença e ausência, à significância e à indiferença. 
Frágil em todos os sentidos. 
Despedaçada em mil pedaços, se deixada em vão, se tocada, manipulada, manobrada, sem razão, direcção,determinação e compaixão. 


Produto de um cuidado especial e único, de um cuidado próprio e personalizado.
Um cuidado de quem ama e protege, sem querer proteger demais ou prender demais. 
Um cuidado sensível, doce, mas forte e seguro. Nosso.


Aprendi que a vida e tudo nela é tudo isto e que tudo isto, muitas vezes, embora presente, está camuflado pelo ritmo da nossa existência que, muitas vezes, nos venda os olhos ao verdadeiro viver, deixando mal as bolas de sabão que em tanto de nós dependem e que de tanto de nós têm.


Agarro, tento agarrar, cada vez mais a minha, a nossa. 
Minha e de todos e tudo aquilo cuja beleza ilumina também o meu caminho.


E muitas cores já lhe(s) vi, mas ainda tenho tantas para ver.
Quero deixá.la voar! Vou deixá.la voar!




Os ventos? Esses ditará o tempo e eu, eu estarei aqui para os acompanhar.



domingo, 19 de junho de 2011

O imenso que sinto e tenho para sentir compensa o tão pouco que consigo dizer..
Não quero dizer porque, na verdade, neste momento, 'não penso' nada..


Há muito que não me sentia assim e.. Palavras para quê? 


domingo, 6 de março de 2011

Imag(em)inação ♥

Olhei de frente, olhei nos olhos..

Olhei e vi..
Vi e pensei, vi e senti, vi e criei, imaginei. Vi e acreditei, julguei.

Julguei e marquei.
Marquei um momento, marquei uma data, marquei um coisa, uma sensação. Marquei uma pessoa, uma história.

Olhei, vi, pensei, senti e imaginei. Acreditei. Julguei e marquei.



No fundo, percebi..

..A verdade é que nos vemos melhor de olhos fechados 

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

(Contra -) Capas ♥

Nem tudo é o que parece..

Capazes de sorrir quando queremos chorar, de calar quando queremos gritar, de conter quando queremos explodir..
Choramos de tristeza, mas tambem de alegria..
Sorrimos de felicidade, mas tambem de nervosismo..
Dizemos sim quando queremos dizer não, dizemos não quando o que mais desejamos é dizer sim..
Sabemos que não devemos, mas fazemos..
Sabemos que fazemos sem saber porquê..

Uma imensidão de capas e contra-capas que escondem desejos, emoções, pedidos e sonhos..
Uma imensidão de capas e contra-capas que escondem quem somos, mas que, ao mesmo tempo, mostram muito de nós.

Cada uma é uma parte de nós tapada e uma parte de nós descoberta.
Esconder não é nada mais que mostrar outro lado, não é nada mais que ser de maneira diferente ou não ser de determinada maneira, mas sempre por sermos algo..
Um algo que nos leva a disfarçar o que realmente somos justificado por medos, por vergonhas, defesa, astucia ou até vontade.

É por entre capas e contra-capas que nos descobrimos e aos outros.
Para cada um, para cada coisa, para cada espaço e tempo, temos uma capa, uma capa dinâmica, que muda constantemente, que mostra mais ou menos de nós, quando se sente mais ou menos tentada, mais ou menos segura e liberta. Tal como eles.

Mas quem somos, somos sempre e a certa altura as capas e contra-capas, os esconderijos e fugas, deixam de disfarçar, deixam de conseguir tapar o de que mais sincero e concreto há, mais concreto e sincero somos.. E quem conhece, quem conhece de verdade, já nem as vê..

Não julga nem marca, não dá como certo algo que tão dinâmico se apresenta.
Porque nem toda a capa e contra-capa é certa, porque todo o lido surpreende.

Quem conhece de verdade, é quem nos lê..
E aí, somos por inteiro.


sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Uma questão de pontuação ♥

Chega de interrogações?
Chega de "entre aspas", (entre parênteses) e até reticências..

Exclama!
Exclama que sim! Exclama que não!
Mas Exclama!
Exclama, sem vírgulas, e sublinha o exclamado!
Exclama em letras grandes, de maior tamanho, com cores ou até marcado!
Mas exclama..

Eu preciso de um ponto final.



segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Stuck in Reverse.. ♥

Está tudo a minha volta e porque é que não chega?
Tenho tudo para decidir, porque não decido?

Um turbilhão de sentimentos parece crescer quanto menos confusos se tornam, quanto mais deles percebo.
E o tempo vai passando e tocando, vai passando e mudando.. Suavemente, quase sem dar por ele.
Cada vez estou mais certa, mas confusa. Contente, mas triste. Bem, mas mal. Feliz, mas incompleta.

Momentos de pico, de sim e de não.
Momentos de razão e de coração.


E o tempo vai passando, tocando e mudando..